terça-feira, 3 de abril de 2007

A mil por hora


Como a pressa do dia-a-dia interfere no trânsito

“O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo
espera de nós”.


O trecho letra da música Paciência de Lenine expressa de forma sintética a
urgência e o ritmo das mudanças a que estamos sujeitos na vida cotidiana.
A essa velocidade com que as coisas acontecem no mundo moderno é dado o nome
de Tacocracia, que em latim significa a ditadura do rápido. Essa pressa interfere
diretamente na vida das pessoas que, para tentar acompanhar o ritmo das mudanças, têm
uma quantidade cada vez maior de compromissos.
“Nem o relógio olhamos mais para ver que horas são, mas, isso sim, para verificar
‘o quanto falta’”, afirma o professor e filósofo Mario Sérgio Cortella em uma das crônicas
do seu livro “Não Nascemos Prontos”, lançado em março deste ano na Bienal do Livro.
De acordo Cortella, essa nova realidade deixa as pessoas cada vez mais
impacientes. Como exemplo dessa impaciência, ele cita a falta de tolerância no trânsito,
espaço onde muitas vezes a lei é desrespeitada pelo simples fato de ser mais rápido avançar
o sinal vermelho.
O estudante de Odontologia e técnico de informática, Carlos Alberto Cordeiro
Júnior, é uma dessas pessoas que têm mil atividades para cumprir durante o dia. Como as
aulas são em período integral, ele aproveita todos os intervalos para atender aos clientes,
além de ter que encontrar brechas para se dedicar ao seu projeto de pesquisa. Com o tempo
limitado, Cordeiro admite que costuma dirigir com velocidade acima do permitido, não
parar quando o sinal fica amarelo e “costurar” no trânsito.
Para ganhar tempo valem algumas estratégias. Quando o clima está quente e seco,
Cordeiro deixa o carro na garagem e pega a moto, veículo que lhe dá maior agilidade. E,
para evitar congestionamentos e até multas, sempre pega um caminho alternativo, onde
sabe que vai encontrar ruas com menos fluxo de carros e sem equipamentos de controle de
velocidade. “Quase sempre estou atrasado para os compromissos e aí acabo extrapolando
para tentar compensar o tempo que não tenho”, diz.
Conseqüência direta dessa pressa e do ritmo acelerado em que as pessoas se
encontram são as estatísticas de acidentes de trânsito. “A pressa, ao lado da embriaguez, é a
maior causa de acidentes. A pessoa tem muitas coisas para fazer e quer ganhar tempo no
trânsito”, diz o comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito (BpTran), tenente coronel
Irineu Ozires Cunha.
Em 2005, foram registrados no Paraná 38.329 acidentes com vítimas. Destes,
27.965, ou seja 73%, aconteceram nas vias municipais. Ao todo, 34.920 pessoas ficaram
feridas e 447 morreram nas ruas e avenidas dos municípios paranaenses. “Um dos
principais motivos dos acidentes nas vias municipais é o avanço do sinal vermelho”,
comenta o comandante.

in: http://www.detran.pr.gov.br/arquivos/File/RevistadeTransito/2006/mai06/mai06.pdf

Um comentário:

Anônimo disse...

Ola Josiel!

Adorei seu blog muito instrutivo, atualizei meu conhecimento !

Feliz páscoa para vc e sua família

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