sexta-feira, 20 de junho de 2008

Proibição de álcool ao volante passa a valer hoje


Tire suas dúvidas sobre as mudanças


A partir de agora, será proibido dirigir com qualquer quantidade de álcool no organismo.


Com a sanção do projeto de lei que prevê punição pesada a quem beber e assumir o volante, o país ingressou ontem no time das nações que tratam a combinação entre bebida e trânsito com mais rigor.

A nova legislação passa a valer assim que for publicada no Diário Oficial, o que deve ocorrer hoje. O motorista surpreendido em qualquer rua ou estrada do território nacional com teor de álcool superior a zero no sangue cometerá uma infração gravíssima, pagará multa de R$ 955 e perderá o direito de dirigir por um ano. Antes, era permitido circular com até 0,6 grama de álcool por litro de sangue - o equivalente a dois copos de cerveja ou três cálices pequenos de vinho de menor teor alcoólico, para uma pessoa de 60 quilos.

O projeto, aprovado no começo do mês na Câmara, foi sancionado ontem à tarde pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e modifica a Medida Provisória (MP) 415, que estava em vigor desde janeiro. A MP centrava fogo na venda de álcool, proibida nas rodovias federais. A lei muda o foco para o condutor.

Mas o rigor não será total no começo da vigência. O Contran ainda precisa definir uma pequena margem de tolerância, para não cometer injustiças com, por exemplo, condutores que apresentem uma pequena presença de álcool no sangue devido a alguma medicação. Até que essa margem seja regulamentada, o índice tolerado será de 0,2 grama por litro de sangue - o equivalente a um cálice de vinho para uma pessoa de 80 quilos.

Ao ser apanhado dirigindo sob efeito de álcool, o motorista terá a CNH e o veículo apreendidos. Segundo o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, que participou da conversão da MP 415 na lei sancionada ontem, o condutor continuará tendo a possibilidade de se negar a fazer o teste com o bafômetro, mas, nesse caso, o testemunho do agente de trânsito ou do policial rodoviário será considerado evidência contra ele. O motorista também poderá ser conduzido pela autoridade para um exame clínico de embriaguez em um hospital.

O cerco a quem bebe e dirige foi celebrado por profissionais da saúde e autoridades de trânsito, como o comando das polícias rodoviárias federal e estadual.

Especialista comemora adoção da tolerância zero

Sergio de Paula Ramos, chefe da unidade de dependência química do Hospital Mãe de Deus e ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre o Álcool e outras Drogas, acredita que o número de acidentes tende a despencar no país. Para ele, o Brasil viverá um fenômeno similar ao que se verificou quando da obrigatoriedade do uso de cinto de segurança. Ao sentir no bolso que a lei era para valer, os brasileiros mudaram seu comportamento e passaram a usar o acessório de forma maciça:

- Se a nova lei for bem fiscalizada, vamos diminuir sete em cada 10 acidentes de trânsito, tanto nas estradas quanto no perímetro urbano. A lei já chega atrasada. Em países como a Suíça, a discussão já é sobre se o passageiro tem de ser proibido de beber, para não distrair o motorista.

A lei sancionada ontem determina também que todos os estabelecimentos comerciais do país onde haja venda de bebida alcoólica deverão afixar avisos informando que beber e dirigir é crime. Para Beto Albuquerque, o grande mérito da nova legislação é transferir a responsabilidade de quem vende a bebida para quem a consome.

- Sempre choramos os mortos do trânsito, mas temos dificuldade em aceitar a culpa que cada um de nós. Agora, todo mundo vai ter de mudar seu comportamento - disse Beto.

Tire suas dúvidas

Com a nova lei, quanto de álcool posso beber antes de dirigir?

Nada. A lei brasileira assume tolerância zero em relação à bebida alcoólica. Antes, um motorista podia apresentar até 0,6 grama de álcool por litro de sangue (o equivalente a mais ou menos dois copos de cerveja). Agora, mais do que zero de álcool será um infração gravíssima, com multa de R$ 955 e suspensão do direito de dirigir por um ano.

Como o índice de álcool vai ser verificado?

Fiscais de trânsito e agentes das polícias rodoviárias submeterão os motoristas a testes com o bafômetro. Se o motorista estiver alcoolizado, terá o carro e a CNH apreendidos.

Sou obrigado a fazer o teste com o bafômetro?

Ninguém é obrigado a fazer. Neste caso, porém, a nova lei determina que o testemunho do agente ou policial tem valor de prova na Justiça. Caberá ao motorista explicar ao juiz por que se recusou a fazer o teste. Além disso, o motorista poderá ser conduzido para fazer um exame clínico de embriaguez em um hospital ou em um Departamento Médico Legal.

Como é feito o exame clínico?

Ele é realizado por um médico, por meio da observação. Ele tem limitações. Não determina a presença de álcool no sangue, mas sinais de embriaguez. O profissional verifica sinais como hálito e fala arrastada, além de aplicar testes para verificar a coordenação motora e o equilíbrio. A pessoa suspeita de ter bebido precisa caminhar e colocar o dedo no nariz de olhos fechados, por exemplo.

Isso significa que posso ter bebido sem que isso apareça no exame clínico?

Sim, pessoas que seriam apanhadas pelo bafômetro podem não apresentar nenhum sinal exterior de embriaguez, principalmente se beberam pouco. Muitas pessoas não vão ter alteração nenhuma depois de beber uma garrafa de cerveja. De maneira geral, o exame clínico só pega quem tem mais de 1 grama de álcool por litro de sangue.

Se eu beber e esperar um pouco antes de pegar a estrada, o álcool vai ter sumido do meu sangue?

É melhor não contar com isso. Se a pessoa beber dois chopes, a presença do álcool vai ser notada pelo bafômetro de três a seis horas depois do consumo. Quantidades maiores podem ser detectáveis por períodos bem superiores, até 12 horas.

E no caso dos sinais exteriores de embriaguez?

Se eu estiver bêbado, eles vão desaparecer até eu ser levado a um hospital para o exame clínico? Não necessariamente. O hálito da bebida, por exemplo, vai continuar presente por um período que varia de três a seis horas.

Com a lei, vai aumentar a fiscalização nas estradas?

A lei não determina reforço na fiscalização, mas as polícias rodoviárias federal e estadual prometem multiplicar o número de bafômetros em ação.

Qualquer dose de álcool no organismo poderá ser percebida? Até mesmo de um bombom de licor ou de um medicamento?
Sim. Eduardo de Carvalho, especialista de uma empresa que produz um dos equipamentos utilizados na detecção dos níveis de consumo de álcool, diz que um bombom com licor ou um medicamento pode conter em torno de 0,15 grama de álcool por litro de sangue. Nesses casos, o indicado é o motorista explicar a situação para o agente de trânsito e solicitar a repetição do teste em 10 ou 15 minutos. Assim, somente quantidades maiores de bebidas ficam na circulação e os efeitos do bombom de licor ou medicamento não seriam mais percebidos pelo segundo teste.

Os efeitos do álcool são iguais para todas as pessoas?

Não. Cada organismo responde de uma forma diferente ao álcool. Conforme o professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da PUCRS Pedro Eugênio Ferreira, os efeitos do álcool mudam de acordo com o organismo de cada pessoa. Uma pessoa pode ter bebido quatro latas de cerveja e não apresentar nada. Outra que consumiu só uma lata pode estar complemente alterada.

Os efeitos do álcool no organismo podem variar conforme o peso, a idade e o sexo?

Sim. As mulheres têm tolerância menor à bebida do que os homens. Idosos e adolescentes normalmente também são mais suscetíveis do que adultos. E efeito do álcool demora mais para aparecer em pessoas obesas.

O uso de medicamentos altera o efeito do álcool no organismo?

A ingestão de medicamentos pode influenciar o organismo, aumentando ou diminuindo as conseqüências do álcool para os sentidos.

A alimentação tem alguma influência sobre o grau de embriaguez?

Sim. Estômago vazio facilita a ação do álcool.

Veículo: ZERO HORA
Caderno: Geral
Matéria: Proibição de álcool ao volante passa a valer hoje

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cérebro cego



Alguns dos fatores presentes num engavetamento até fazem sentido. Caminhões pesados, por exemplo, têm uma eficiência de frenagem menor do que os automóveis leves, e é natural que tenham mais dificuldade de parar a tempo de evitar uma colisão.
Porém, uma estranha circunstância sempre intrigou o perito Rodrigo Kleinübing: a combinação de nevoeiro com alta velocidade.
Como a neblina reduz sensivelmente a visibilidade da estrada, seria de esperar, pondera Kleinübing, uma redução da velocidade num momento de risco. Na prática, costuma acontecer o contrário: os motoristas, principalmente de veículos pesados, tendem a acelerar ainda mais sob cerração.
- Até pouco tempo atrás, acreditava-se que isso se devia unicamente ao comportamento irresponsável dos condutores - diz Kleinübing.
Mas um estudo de cientistas da Universidade de Wales (País de Gales) revelou um resultado surpreendente, que mudou a abordagem sobre esse tipo de situação. Segundo os pesquisadores, a neblina afeta uma área do cérebro responsável justamente pela percepção da velocidade e de contrastes.
- A neblina é interpretada pelo cérebro como uma mudança de velocidade - diz Kleinübing.
Assim, ao entrar numa região coberta por um nevoeiro, mesmo que o motorista conscientemente saiba que precisa reduzir a velocidade, o cérebro, devido a inexistência de um plano de contraste, como árvores, prédios ou outros elementos, o induz a achar que ele está indo mais devagar. Instintivamente, o motorista acelera em vez de diminuir a marcha.
Numa experiência feita com um simulador com joystick, e sem ver a velocidade em que iam, voluntários eram orientados a dirigir através de uma paisagem virtual sem neblina. À medida que o cenário ficava encoberto por um nevoeiro, a velocidade visual aparentemente se reduzia. Para compensar, os voluntários passavam a dirigir cada vez mais rápido à medida que o cenário se tornava mais nebuloso. Solicitados a irem a 112 km/h, eles aceleravam a aproximadamente 150 km/h em neblina e a 140 km/h, com o cenário enevoado.
No teste, os voluntários não podiam verificar o velocímetro, ao contrário do que ocorre com os motoristas numa estrada real. Porém, lembra Kleinübing, é justamente numa situação de nevoeiro que o motorista precisa ficar mais atento ao que ocorre a sua frente - portanto, quando menos pode prestar atenção ao velocímetro.
- É exatamente em condições de visibilidade reduzida causada por neblina que os condutores mais dependem de sua própria percepção visual para o julgamento da velocidade em que trafegam - afirma o perito.
A solução é tornar as estradas sujeitas à neblina mais seguras, assim como acontece com os aeroportos, que recebem equipamentos para permitir pousos e decolagens em condições de nevoeiro (ou são fechados, em nome da segurança).
É o que está sendo feito na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, onde a Ecovias, concessionária da estrada, está instalando, nos trechos sujeitos à neblina, um sistema de iluminação importado de Israel. O dispositivo é composto por centenas de pequenos sensores encravados no asfalto. Conforme a neblina baixa, os sensores se acendem, formando uma trilha brilhante sobre o pavimento. Cada sensor tem um acumulador de energia solar, carregado durante o dia para ficar acesso quando não há luz.
Segundo a Ecovias, já foram instalados cerca de 500 para testes. No entanto, surgiu um problema que, no Brasil, não se pode dizer que é inesperado: os sensores estão sendo arrancados por vândalos.
Pé na tábua
Pesquisadores da Universidade de Wales (País de Gales) constataram que, mesmo conscientes de que deveriam trafegar em menor velocidade em situação de neblina, devido à redução da visibilidade, os motoristas aceleram nestas situações. Isso porque sua percepção visual era de que estavam trafegando a uma velocidade menor do que a real.
Em testes feitos com voluntários, os cientistas constataram que a neblina afeta uma região do cérebro responsável pela percepção da velocidade e dos contrastes.
Em experimentos realizados em um ambiente virtual com um simulador de direção, voluntários (usando um joystick e sem ter acesso a um velocímetro) convidados a dirigirem a uma certa velocidade, iam cada vez mais rápido à medida que o cenário pelo qual se moviam ficava mais nebuloso.
O fator neblina
Nesta época do ano, os motoristas enfrentam um perigo extra nas já habitualmente ameaçadoras estradas brasileiras. No inverno, a associação de frio e tempo úmido favorece à formação de nevoeiros. Embora não haja estatísticas confiáveis, é consenso entre especialistas que a neblina, ao reduzir consideravelmente a visibilidade, é um fator desencadeante de inúmeros acidentes - e, especialmente, do pior de todos os tipos de desastre de trânsito: o engavetamento.Quase sempre, um engavetamento é tragicamente letal. Planejados para resistir a, no máximo, uma batida, os veículos são reduzidos a pilhas de ferros retorcidos pelas múltiplas, sucessivas e violentas colisões de caminhões, ônibus e automóveis. Dispositivos de proteção, como cinto de segurança e airbag, perdem a eficácia. Não raro, automóveis são literalmente esmagados por grandes caminhões ou explodem em chamas, carbonizando seus ocupantes.
Em meio a um cenário de destruição, os mortos e feridos costumam ser contados às dezenas. As equipes de resgate encontram grande dificuldade para socorrer as vítimas, que ficam horas presas às ferragens. A remoção dos destroços pode levar um dia inteiro, tempo em que a estrada permanece interditada e o tráfego, paralisado.
Além da neblina e do grande número de vítimas, os engavetamentos têm outras características em comum.
- Geralmente, eles ocorrem em estradas duplicadas, como vias expressas, sempre há veículos pesados como ônibus e caminhões envolvidos e as batidas se dão em alta velocidade - diz o engenheiro Rodrigo Kleinübing, do Departamento de Criminalística, do Instituto-Geral de Perícias do Estado.
Perito na apuração das causas de desastres rodoviários, Kleinübing decidiu compilar uma série de dados sobre a relação da neblina com os engavetamentos e definiu o padrão sobre a ocorrência desses acidentes.

ZERO HORA
09 de junho de 2008
Matéria: Cérebro cego
Editoria: Globo Tech
Página: Central
Cérebro cego

Película mais escura aumenta risco no trânsito



O excesso de velocidade está por trás da maioria dos acidentes de trânsito. Nas estradas de São Paulo responde por 64% das multas. Entre motoristas acidentados 1/3 afirma que não estava atento no momento do sinistro, segundo levantamento da Polícia Militar Rodoviária.
Para o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) o número de acidentes em 2008 pode crescer ainda mais.
Isso porque, a resolução 254 do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) permite, desde final de 2007, reduzir a visibilidade do vidro traseiro de 50% para 28%. Na opinião do especialista, mesmo quem não precisa usar óculos deve pensar duas vezes antes de escurecer o vidro do carro até o limite máximo permitido. Sem dúvida, observa, o escurecimento dos vidros é um aliado da segurança pessoal, mas a boa dirigibilidade impõe limites.
A menor transparência, comenta, prejudica o desempenho no trânsito porque enxergamos através da luz. Como se não bastasse, metade dos motoristas tem problemas de visão. As doenças mais comuns são: miopia (dificuldade de enxergar de longe), hipermetropia (dificuldade para perto), astigmatismo (falta de foco para perto e longe) e catarata que atinge mais de 50% das pessoas acima dos 60 anos. Estas alterações diminuem a rapidez de leitura, adaptação visual, percepção de contraste, profundidade e cores, bem como o reflexo, a resposta para a boa dirigibilidade. Quanto mais escura for a película dos vidros, maior é o prejuízo de todas estas funções.
Além disso, ressalta, diversos estudos demonstram que em condições de baixa visibilidade nosso senso de velocidade decresce. É este decréscimo que faz muitos motoristas trafegarem acima da velocidade permitida em trechos de rodovias onde a neblina é mais intensa, tornando a direção durante o inverno mais perigosa. Independente da cor, o especialista chama a atenção para os vidros blindados que por serem feitos de lâminas causam um falso astigmatismo e dificultam o foco.

Última Hora News
11 de junho de 2008
Matéria: Película mais escura aumenta risco no trânsito
Pesquisado: http://www.detran.rs.gov.br/ >> em: 13/06/2008

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Curso Especial do dia 07 e 08/06/08 com fotos



Neste último fim de semana (07 e 08 de junho de 2008) concluimos mais um curso de Atualização de Condutores Especializados. Foram tratados de acordo com a resolução de 168/04 do Contran assuntos relacionados a Legislação de Trânsito, Direção Defensiva, Meio Ambiente e Cidadania, Relacionamento Interpessoal, Primeiros Socorros e temas específicos das especializaçãos.Agradeço pela paciência e compreensão de todos!
J o s i e l E i l e r s G o u l a r t
Instrutor Teórico-técnico
de Cursos Especiais

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pedestres driblam carros na calçada

Carla precisou andar na avenida, porque veículos ocupavam toda a calçada

Andar na Avenida Assis Brasil, uma das mais movimentadas da zona norte da Capital, tornou-se uma aventura para os pedestres. Sem fiscalização, as calçadas são usadas por muitos motoristas como estacionamentos.
A situação é ainda mais complicada no trecho de 1,5 quilômetro entre a Paróquia São José e a Rua Dona Alzira, no bairro Sarandi. O local é repleto de revendas de veículos que, com os pátios internos cheios, usam a calçada para expor as promoções, em duas e quatro rodas. Em uma caminhada de 15 minutos, na manhã de terça-feira, uma equipe de reportagem do jornal Diário Gaúcho contou 41 veículos sob calçadas, além de três cavaletes irregulares de propaganda de uma loja de veículos e outro de uma borracharia.
O aposentado Norberto Bastos, 76 anos, teve de andar pela avenida, porque um carro bloqueou a calçada.
- É comum os carros fazerem isso por aqui. Seria preciso mais fiscalização, pois trata-se de um direito do cidadão andar pela calçada - salienta.
A vendedora de seguros Carla Sonnesen, 27 anos, é mais uma das pessoas que tiveram de desviar dos veículos.
- Isso não é certo. Falta fiscalização, ainda mais numa avenida de grande fluxo como a Assis Brasil - lamenta.
Abordados pela reportagem, funcionários das lojas de automóveis negaram que estacionam os carros nas calçadas.
- Estamos manobrando, o carro já vai ser guardado, foi só por alguns minutos - assegurou um deles, sem se identificar.
Mais de 11 mil multas ao ano
Conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a multa por estacionamento irregular é a quinta na lista das mais aplicadas pelo órgão na Capital e corresponde a aproximadamente 16% (11,2 mil) das cerca de 70 mil multas executadas anualmente. A campeã é o excesso de velocidade, seguida por uso de celular ao volante, dirigir sem cinto de segurança e ultrapassar o sinal vermelho.
Para o diretor de Trânsito e Circulação da EPTC, Sérgio Marinho da Silva, a área da Assis Brasil é considerada uma região complicada.
- Há uma ação regular de fiscalização, mas é impossível controlar o tempo todo. A gente vira as costas, o pessoal estaciona de novo - disse.
O que diz a lei
Artigo 181 do Código de Trânsito Brasileiro É proibido estacionar veículos no passeio ou sobre faixa de pedestres, ciclovia, ciclofaixa, canteiros, divisores de pistas e gramados públicos. Pena: multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira do infrator (pela infração considerada grave).

Zero Hora
06 de junho de 2008
Matéria: Pedestres driblam carros na calçada
Editoria: Geral
Página: 56

Motorista bêbado confunde delegacia com banheiro

Vitor Polanczyk dormiu por cerca de uma hora na delegacia
e, quando acordou, urinou na recepção

Homem foi detido após bater o carro no cordão da calçada, na Capital

Depois de dirigir em ziguezague pelo trânsito da Capital, um motorista bateu o veículo no cordão da calçada e, encaminhado à delegacia, dormiu e urinou junto ao balcão da recepção. Apesar de apresentar sinais de embriaguez, de acordo com agentes de trânsito que atenderam à ocorrência, Vitor Fernando Polanczyk, 28 anos, precisou se submeter a dois exames clínicos para que fossem atestados os efeitos do álcool.
Polanczyk seguia em seu Palio pela Avenida Loureiro da Silva, no bairro Cidade Baixa, quando perdeu o controle da direção. Acionados, por volta das 8h de ontem, agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da Guarda Municipal constaram que ele poderia estar bêbado. Tentaram realizar o teste do bafômetro, mas o motorista não teve forças para soprar o equipamento. Encaminharam-no, então, à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento do Departamento de Polícia Judiciária de Trânsito (DPPA/Dptran).
Ao chegar, o delegado determinou que levassem Polanczyk ao Departamento Médico Legal (DML) para a realização de exames que comprovassem a embriaguez. No local, foi feito um exame clínico, onde o médico perito declarou que ele "não se encontrava em estado de embriaguez alcoólica, tendo, contudo, ingerido bebidas alcoólicas recentemente". Também foram colhidas amostras de sangue e de urina, mas não há previsão de quando os resultados ficarão prontos. De volta à delegacia e sem a confirmação de que estava bêbado, o motorista poderia ser liberado depois que prestasse depoimento.
Entretanto, enquanto o delegado ouvia os agentes de trânsito, Polanczyk dormiu no banco da delegacia, curvado e com as mãos nos bolsos. Cerca de 40 minutos a uma hora depois, os policiais tiveram dificuldade em acordá-lo. Ao se levantar, ainda sonolento, o motorista virou-se para o balcão da recepção e urinou.
- Ele estava sem condições de prestar depoimento. Então, decidimos aguardar, para que ele se recuperasse. De repente, ele urinou. Eu disse que não estava normal e determinei que ele fosse encaminhado para a realização de outro exame clínico - contou o delegado Francisco Soares.
Após pagar fiança de R$ 1,5 mil, foi liberado
No DML, cerca de duas horas e meia depois, o mesmo médico perito de plantão atestou, no segundo laudo, estado de embriaguez alcoólica. Na delegacia, ele foi autuado em flagrante, pelo delegado Gilberto de Almeida Montenegro da Delegacia de Lesões Corporais de Trânsito. A carteira de habilitação de Polanczyk foi retida e será encaminhada ao Departamento Estadual de Trânsito. No fim do dia, ele pagou fiança de R$ 1,5 mil e foi liberado.

Cochilo foi determinante
A necessidade de se realizar dois exames para comprovar o estado de embriaguez de Polanczyk não surpreendeu a diretora do Departamento Médico Legal (DML), Débora Vargas de Lima. A diferença entre os testes está ligada, segundo ela, a um ponto importante: o sono.
No primeiro exame, por volta das 8h, o motorista não apresentava sinais de embriaguez porque, de acordo com Débora, vinha de longo período sem dormir e estava em estado de alerta.
- Ele tinha sinais muito leves, que não caracterizavam, do ponto de vista clínico, embriaguez propriamente dita, apenas a ingestão de bebida alcoólica. Ao falarem que ele faria o exame, a adrenalina pode ter subido, deixando-o mais atento - conta.
Quando retornou ao DML, após duas horas e meia e depois de dormir na recepção da delegacia, os efeitos do álcool estavam intensificados.
- A falta de sono favoreceu o segundo resultado. Ele chegou aqui com muita dificuldade e apresentou mais visivelmente os sinais de embriaguez, que acabaram sendo confirmados.
O exame clínico realizado em Polanczyk observou sinais como a articulação da fala, sonolência, olhos avermelhados e hálito. O resultado, segundo Débora, é muito relativo, por causa da variabilidade dos efeitos do álcool no organismo de cada pessoa.
Para a diretora do DML, a implementação da medida que prevê mais rigor contra o motorista que ingerir bebida alcoólica é necessária e diminuirá problemas como o de ontem.
- O exame clínico é falho, porque é relativo, assim como a lei é relativa. Todos nós, legistas, que vemos a violência no trânsito causada pela bebida, queremos que a lei seja alterada para índice de álcool zero. Teoricamente, esse motorista poderia voltar a dirigir depois do primeiro teste - salientou.
A lei A medida que prevê mais rigor contra o motorista que ingerir bebida alcoólica foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em votação simbólica no dia 27 O novo texto, que precisa passar pela sanção presidencial para entrar em vigor, considera crime conduzir veículo com qualquer teor de álcool no organismo. A atual legislação prevê punição apenas para motoristas com mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue. Se o índice for superior, o motorista poderá ser preso Com a alteração, os condutores flagrados com álcool no corpo receberão multa e correrão o risco de perder a carteira por até um ano.



Zero Hora
06 de junho de 2008

Matéria: Motorista bêbado confunde delegacia com banheiro

Editoria: Geral

Página: 50

Curso de Atualização para Condutores Especializados

Neste último fim de semana (07 e 08 de junho de 2008) concluimos mais um curso de Atualização de Condutores Especializados. Foram tratados de acordo com a resolução de 168/04 do Contran assuntos relacionados a Legislação de Trânsito, Direção Defensiva, Meio Ambiente e Cidadania, Relacionamento Interpessoal, Primeiros Socorros e temas específicos das especializaçãos.
Agradeço pela paciência e compreensão de todos!

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Instrutor Teórico-técnico de Cursos Especiais

São Paulo - Quadrilha de emissão ilegal de CNH movimentou R$ 1,3 mi em 2 anos

A quadrilha responsável pela emissão ilegal de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), que atuava na Grande São Paulo, movimentou ao menos R$ 1,3 milhão nos últimos dois anos, segundo o Ministério Público. Durante a operação Carta Branca, que envolveu a Corregedoria de Polícia Civil de São Paulo, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria da Fazenda do Estado e até da ANP (Agência Nacional do Petróleo), 19 pessoas foram presas e 44 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Entre os presos estão o delegado de polícia Juarez Pereira Campos, que comanda a Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo), sua mulher, Ana Lúcia Máximo Campos, dona de duas auto-escolas na cidade, e o policial civil Aparecido da Silva Santos, que trabalha na mesma Ciretran. Médicos, psicólogos, despachantes, donos e funcionários de auto-escolas também foram presos.
A investigação do esquema começou com a Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso do Sul. Os policiais daquele Estado verificaram que diversas ocorrências envolvendo motoristas com carteiras emitidas no Estado de São Paulo eram suspeitas de fraude. Entre os fatores que despertaram a desconfiança de policiais estão CNHs de pessoas analfabetas e deficientes físicos, que não possuíam a carteira para portadores de deficiência.
De acordo com o Ministério Público, essas carteiras eram emitidas sem que houvesse a necessidade da presença física do candidato a condutor. A quadrilha descobriu que o sistema de identificação por impressão digital do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de São Paulo poderia ser fraudado.
Segundo Marcelo Oliveira, promotor do Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) de Guarulhos, o sistema é falho. "Ele [o sistema] permite que qualquer digital seja colocada no lugar da digital do candidato. Em alguns casos foram registrados 200 condutores usando a mesma digital no procedimento de emissão de habilitação", afirmou o promotor.
Além de usar a mesma digital em diversos documentos, a quadrilha também usava dedos de silicone e digitais coletadas em massas de modelar.
Somente na Ciretran de Ferraz de Vasconcelos foram emitidas, ao menos, 1.231 CNHs por meio desse sistema fraudulento nos últimos dois anos. Cada habilitação, que podia ser emitida para o país inteiro, custava em média R$ 1.500. Somente as CNHs para Minas Gerais custavam R$ 1.800, já que a fiscalização no Detran mineiro é mais rígida, segundo informou o promotor.
O Estado também concentra um grande número de carteiras bloqueadas sob suspeita de fraude --40 mil, segundo o MP.
Oliveira alertou sobre o perigo que a venda de CNHs representa. "São pessoas que não têm condições de dirigir que estão comprando as carteiras", disse o promotor.
Foram apreendidos milhares de documentos que comprovam a fraude, além de dinheiro e prontuários de CNH, que também serão usados para identificar mais suspeitos de pertencer à quadrilha.
Ao menos 17 auto-escolas estão envolvidas. O presidente do Sindautoescola (Sindicato das Auto Motos Escola e Centro de Formação de Condutores no Estado de São Paulo), José Guedes Pereira, defendeu as investigações.
Os nomes das auto-escolas não foram divulgados, assim como os policiais civis, médicos, psicólogos, despachantes, proprietários e funcionários envolvidos no esquema, que também serão investigados.
Os presos deverão ser indiciados por crimes de corrupção, falsidade ideológica de documento público e formação de quadrilha.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública), que abriga o Detran, as Ciretrans e a quem delegados e policiais são subordinados, não se manifestou sobre a descoberta do esquema e sobre os policiais presos.


Folhaonline
04 de junho de 2008
Matéria: Quadrilha de emissão ilegal de CNH movimentou R$ 1,3 mi em 2 anos
PAULO TOLEDO PIZA
Colaboração para a Folha Online

Uso de cadeirinhas será obrigatório até os 7 anos e meio


Agora é lei. O Conselho Nacional Trânsito (Contran) aprovou o projeto que regulamenta o uso de cadeirinhas. Crianças de zero a 7 anos e meio vão ter de andar obrigatoriamente no banco de trás do carro usando o dispositivo de segurança.
A lei passa a valer depois que for publicada no Diário Oficial da União, o que deve acontecer dentro de uma semana, segundo estimativa da assessoria do Contran. Os pais e os fiscais de trânsito terão dois anos, a partir da publicação, para se adequarem à regra. Não estão sujeitos à lei transportes públicos, escolares e táxis. De acordo com a assessoria, esse grupo será estudado em um projeto futuro. Veja como vai ser a lei que muda o transporte do seu filho:
A divisão dos equipamentos foi feita por idade.
* Bebês até um ano têm de ser transportados no bebê conforto.
* De 1 a 4 anos ficam na cadeirinha
* De 4 a 7 anos e meio no assento de elevação.

Revista Crescer
06 de junho de 2008
Matéria: Uso de cadeirinhas será obrigatório até os 7 anos e meio
Por Tamara Foresti e Thais Lazzeri

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